Um ano pra esquecer ou ser eternamente lembrado? Ainda não sei dizer. Um ano pela metade. Depois do dia 17 de Junho, metade do ano se foi, metade de mim também. Um dia apenas que mudou a história de tanta gente. As pessoas me perguntam como eu vivi depois disso. O amor de minha família, meus amigos, minha namorada e agora mulher, o carinho dos fãs, todos geraram um escudo de proteção, me ampararam a todo momento. Acima de tudo, não perdi a fé. Busquei entender e aceitar. Dói. E muito.
Acontece que a vida me deu um presente lindo por dois anos e dez meses. Deus me deu a chance de viver intensamente, apaixonadamente do lado de meu filho. Um presente tão lindo que ele nasceu no dia dos pais! Num domingo em que miraculosamente estava sem show. Foi o dia dos pais mais lindo e marcante de minha vida!
Tive problemas, noites mal dormidas, estresses, nem tudo foi perfeito, me separei, mas Gabriel foi o norte de minha bússola. Inconscientemente fiz loucuras por ele. Loucuras estas que, tal como no discurso de Steve Jobs, hoje são pontos que ligados formam uma linda estrada que me fez chegar aqui. Como se, de alguma forma, eu também soubesse do que iria acontecer. E assim vivi tudo que queria ao seu lado. Hoje, sinto sua presença em minha alma, mas a saudade do futuro que deixamos de ter juntos me assalta. Graças a Deus, vivi este momento todo sem precisar tomar remédios - não quis, embora não tenha teimado quando o sofrimento foi maior.
Disse adeus a 2011 em um show na Barra da Tijuca, onde ele viveu feliz, e diante do mar que lhe levou em Porto Seguro. O show foi emoção do começo ao fim. A cada música, um filme, uma lembrança do que vivemos. Um adeus, um até breve.
Saber que ele não está mais aqui é importante para mim. Preciso sempre me lembrar disso. Aquele menino agora mora em meu peito e no meu pensamento.
Adeus, 2011. Dizem que 2012 é o fim do mundo. Não. Para mim, é o ano do renascimento.